Gralha
Azul
Como orvalho emergindo da aurora
Desliza entre frondosas araucárias.
Como o por sol sutil que foge do olhar
e silenciosamente vai-se embora...
Eis que surge majestosa e pueril
A imponente Gralha Azul.
Apresenta-se com seus ornamentos
De azul vivo e cabeça negra...
Trás no bico a seiva da terra,
Que majestosa rainha és tu!
Gralha azul, de cântico estridente
Que missão divina a este Bioma,
Que ave linda! Extraordinária!!!
Encantam-se todas as gentes...
Repovoar a Mata das Araucárias.
De caminho aos céus, bebe na fonte,
trazendo no bico a semente do pinheiro.
No silencio da mata, entre córregos e
Cascatas, ouve-se gritos estonteante.
Elo perdido entre o belo e a causalidade
A Gralha azul se veste de alegre fulgor.
Voa acima de toda a mediocridade.
Observa do alta o machado ligeiro
nas mãos sagazes do lenhador,
retorna a mata abatida...
A Gralha Azul... Machucada, ferida...
Ergue seu manto celeste e bico negro
Ante o enterro e gemido da mata caída
Voa mais alto, levando em seu bico
A semente da Mata das Araucárias,
Enterra em terra arrasada o pinhão
Chuva cai... Entre cinzas e o seixo frio
O solo germina e surge a pinha fechada,
A gralha azul voa livre e nos meses
frio.
Encontraras mui bem abrigada em uma mata
Ainda que agredida e devastada pelo
homem
Um belo exemplar da Gralha azul
aninhada...
Em um frondoso pinheiro nas Mata das
Araucárias.