É CARNAVAL DE NOVO...
A Vida imitando a Arte
Escola onde o aprendiz
Gari, Advogado, patrão
levantam o estandarte
Todos numa só voz e refrão
o importante é Ser Feliz...
Mas a que Preço?! ?
O Gari coitado, atarefado, e extenuante
foi o ano inteiro pagando com muito suor
o preço da fantasia do mestre *Marcante(...)
o desejado momento do Gari é empolgante
que alegria contagiante, quase perde a fala,
empurrado pelo Afoxé, sorriso inquietante...
O Gari brilha na Aldeia, no carro Abre-alas,
samba no repique da folia, veste a fantasia
no ensaio, compasso e intensidade peculiar.
Luz na avenida... E tudo em nome da alegria,
cai na folia empolgante junto a turma do Funil
O Gari não percebe a triste sina de sua agonia
Noite adentro canta o enredo da agremiação...
Louco, bêbado, desvairado... Amanhece o dia!
Aos poucos a máscara vai caindo e a sensação
não é apenas de uma noite mal dormida...
No palco da festa, nada + resta da intensa Folia
Ficou vazio na alma,aperto no solitário coração.
Gari deixa de lado sapato apertado juntou *Xerê
Caminha maquiado de *Arlequim pela avenida.
Ruas sujas, arquibancadas desertas,
lixo pra todo lado... Meu Deus que Vida!
Como palhaço vaiado, o Gari chora calado,
a despedida de mais um Carnaval agitado...
“Pede clemência a Deus que mude minha
sorte”,
Por favor, Meu Deus! Guia-me pelo
caminho Eterno!
Sambódromo palco de loucuras, junto a um poste de
luz...
O Gari sofre calado, gemido engasgado, diz:
Meu Senhor!
Por favor, Meu Deus! Livra minha alma
deste Inferno!
Abomino e aborreço esta vida de Pecados...
Me conduz...
Aos teus altares Senhor,
QUERO VIVER PARA TI JESUS.
O Gari chora e enxuga as lágrimas dos
olhos,
O vento é forte papéis picados voam para alto,
varre o terreiro de Iemanjá, material
reciclado.
Lixos
inundam passarela do samba, gravetos,
Tudo é levado pela ventania. Triste assentado,
no palco improvisado, o Gari em espírito calado:
“Pede
clemência a Deus que mude a sua sorte”,
Surge um Folder, um folheto todo
amassado
nele está escrito: "Aos Desesperados..."
“Jesus Cristo, não abandona à morte”
O Gari tira o Abadá, se ajoelha, na véspera de
quarta-feira. Rejeita vida de Orgias, loucuras,
bebedeiras, diz: Aqui Jás!
"...Um homem que vivia de suas emoções,
encontrou a Cristo, em pleno Carnaval,
não quer folia, na quarta-feira de cinzas
pois neste dia, se purificou da imundícia
do Pecado Carnal..."
Vive pra Deus, liberto da ilusão,
em plena folia de Carnaval.
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