quarta-feira, 29 de agosto de 2012

GARGALO DE RODIM


Eis a grande cidade coberta de medo
O choro, pranto e riso se confundem.
Céus pálidos emitem sons obscuros,
Conversas desconexas. Percebo que:
alguns assumem, outros desconjuro,
o medo psicodélico, pavor cadavérico,
confusão mental, ecoam vozes ocultas
Gemidos inexprimíveis, feridas abertas,
A Amargura destrói vidas, assim alguns
oram secretamente e apertam os dedos,
em um gesto voraz, cadenciam os votos
saem dedilhando algo, apertando seios
mastigando lábios, inquietação atípica...
 uma voz oculta que diz: Eu ainda creio. 
O vento insinua, a gente canta e vibra
O sol na fonte pinga raios fulminantes
O mundo geme, a dor traz experiência.
A seiva da sociedade amadurece na luz
A angustia da vida resplandece na cruz.

 Os cantos tristes das almas tristes ecoam
nos antigos ladrilhos das ladeiras mística,
das igrejas mal conservadas dos grotões,
enfileiradas nas entranhas das metrópoles...
corcundas, encurvadas, empurradas ao vento.
São vigiadas pelas muitas pombas que insistem
em permanecer com sua pose angelical ao relento. 
Riscando os céus  e fugindo das sombras mortas,
 o homem solitário imagina seu vôo insólito e turvo.
Acredita na beleza dos sonhos, realiza-se ausente,
preserva incoerente desejo ser feliz. Faz-se de surdo
não quer ouvir a voz do criador, que insistentemente
lhe diz: Há lugar para mim no teu coração oprimido.

Jás pensante, em um mundo distante, inconseqüente,
Louco, Louco, Louco... Esta noite te pedirão a tua alma
os teus teoremas, conceitos filosóficos e antropológicos
Levarás a raiz de tua sepultura, onde ficara bem latente
Sua vã maneira de viver... Choraras então eternamente,
Não pelo que creste, mas pelo que negaste em sua vida
O sacrifício divino... O simbolismo e a redenção da cruz,
Desperta materialista, pois ainda há tempo de vivificar o
velho homem de dura cerviz, teu obstinado coração aflito grita,
Anseia ardentemente homem das mãos furadas: Jesus Cristo!






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