víveres, e
os alimentos manufaturados,
cansado da
lida diária, na longa estrada
percorrendo
o brejo, o frio da invernada,
trazendo o lenço amarrado ao pescoço,
Sou
tropeiro velho, não gasto meu picaço petiço na roça,
camisa de flanelas, chapéu, rotas botas,
percorrendo córregos, vielas e pinguelas
desbravando leitos dos rios com mulas,
sussurrando ao vento, quebrando silêncio
Andas como andarilho, no lombo tordilho,
na fé exercida da fria solidão campineira,
Conduzindo o gado nas tortuosas trilhas,
O Tropeiro segue a boiada, a noite inteira,
Saboreia um barreado, bem preparado, cozido,
O Tropeiro no silêncio da noite, esmagado pela solidão,
Ouve o turbilhar da boiada na improvisada, velha coxilha,
Pega o arreio, o Lombilho, crava uma frase no estribilho...
O Tropeiro segue a boiada, a noite inteira,
No calor da saudade, em meio a clareira,
Pensa na amada, tão distante e faceira...
O Tropeiro suspira, joga o laço a meia guampa
Descansando aos pés de um erval mui florido.
com brasas de angico, e esquece aborrecido,
as árduas léguas solitárias que tens percorrido.
Clarão da madrugada, enquanto geme a boiada,
Fervilha em trapos, os gravetos pré aquecidos,
Enquanto a erva verdinha, boleia no fundo da cuia
Surge no céus uma fagulha, uma bebida amarga,
os lábios secos mergulham, amainando a fúria.
O Tropeiro no silêncio da noite, esmagado pela solidão,
empurra um gole bem quente.. Tal qual bebida ardente,
Aquece o peito na noite fria, em companhia do chimarrão.
Ouve o turbilhar da boiada na improvisada, velha coxilha,
Olha o estradão... Arruma o seu tordilho, o velho alazão,
Pensa na guria amada, arruma o chapéu, agradece o céu,
Maneia o chicote, pega um pequeno garrote e grita hêia...
O Tropeiro solitário engasga com a voz embargada,
Pega o seu vime, o nó de pinho, ele segue sozinho,
Vai endireitar a cangalha e ir para a barroca, no rastro (...)
Da picada, daquela velha estrada, que leva a minha Castro.
Pega o arreio, o Lombilho, crava uma frase no estribilho...
Registre em Campo Largo e em todo os Campos Gerais...
Ando em estradas
com ponteiro, pra chegar faceiro e ligeiro
Na minha
querida terra... Ponta Grossa!
Autor: Carlos Assis Gamarra
Escrito em Foz 12/08/2013
Reproduza/Cite a Fonte
Escrito em Foz 12/08/2013
Reproduza/Cite a Fonte
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