segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Caixinha de Música

 

Caixinha de Música

 

Oh, doce ilusão

O tempo preso

na roda do destino.

 

Minha pele com eczema

flácida diante da liturgia

crônica da morte.

  

Oh, doce ilusão

Bailarina adormecida

Pelos acordes infinitos

 

Quantas noites em claro se vão

Ouço ruídos, copo vazio, um grito,

gemidos da alma, sufocando o riso.

 

Oh, doce ilusão

Não é nada, apenas meu desvario,

Uma caixinha de música salpicada

de sangue...

 

Oh, doce ilusão

Bailarina por que me olhas triste?

Só uma poção do tempo,

escorregando pelas minhas mãos.


Carlos Assis Gamarra                                                          Poeta do Iguassu                                                                       Autor

Foz 15/12/2025

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